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Chef Vivi: Sobre Ser Uma Líder Mulher na Cozinha

No papo que tivemos com a chef, ela não só nos contou toda a sua trajetória, como falou do papel da mulher, os preconceitos e estereótipos enfrentados por elas na profissão, as diferenças em relação aos homens e os desafios de ser uma líder mulher na cozinha.

21 de fevereiro de 2018

Hoje damos continuidade à série Cozinha Aberta. No final do ano passado, contamos histórias de imigrantes que tiveram suas vidas transformadas pela gastronomia (que você pode conferir os episódios aqui, aqui e aqui) e, neste mês, inauguramos a 2a fase da série, agora falando de mulheres: 3 chefs que encontraram no ofício da gastronomia uma forma de expressarem sua essência e o seu feminino.

No último espisódio mostramos a trajetória de Cafira Foz, dona do restaurante Fitó, e hoje trazemos a história de Viviane Gonçalves, dona do restaurante Chef Vivi, localizado na Vila Madalena em São Paulo.

A história da Chef Vivi é curiosa. Desde pequena ela não era muito de comer, então começou a cozinhar para descobrir o que gostava de comer e, pouco a pouco, foi se encantando com a gastronomia. Hoje ela se diz “casada” com a profissão.

Vivi teve dois negócios como chef, até que sentiu que era o momento de ir para a Inglaterra/ Passou por Bristol (onde estudou gastronomia) e por Londres, onde dizia usar um tênis plataforma para aguentar o dia a dia pesado das grandes cozinhas de hotel em que trabalhou. Após seis anos, chegou a vez de ir pra China, onde ela teve o maior desafio de sua carreira: montar um restaurante em Pequim, quando a cidade se preparava para receber os jogos olímpicos de 2004. O restaurante foi um grande sucesso e Vivi se tornou uma referência como chef no país.

Dez anos depois, de volta ao Brasil, a chef montou o Chef Vivi, um restaurante pequenino, mas cheio de charme, que ela comanda até hoje. Com um conceito sustentável e estilo contemporâneo, a proposta de Vivi é ter um cardápio novo a cada dia e trabalhar com os ingredientes fresquíssimos, comprados diariamente, sempre se preocupando com o meio ambiente.

No papo que tivemos com a chef, ela não só nos contou toda a sua trajetória, como falou do papel da mulher, os preconceitos e estereótipos enfrentados pelas mulheres na profissão, as diferenças em relação aos homens e os desafios de ser uma líder mulher na cozinha. “A mulher na cozinha é vista como aquela que faz comida para as crianças, que espera o seu marido. Se você olhar toda a história da gastronomia, os grandes chefs, todos os franceses no início, eram todos homens. De repente você via ali na taverna uma mulher, mas nos restaurantes renomados, toda a brigada era masculina”, comentou ela.

Sobre a série Cozinha Aberta:

Idealizada pela Casa Volver, em parceria com o Infame e o Conexão Cultural, esta série não é sobre chefs e restaurantes renomados, ou receitas e tendências culinárias. Fomos além disso. Como uma espécie de microcosmo do mundo em que vivemos, o objetivo aqui é entender e refletir um pouco sobre a nossa relação com as pessoas ao nosso redor. Seguimos falando sobre comportamentos, preconceitos, sentimentos, transformações, processos, cultura, hábitos, lembranças e complexidades que dizem muito sobre nós, seres humanos.

Direção e Produção: Infame

Diretor de Fotografia: Luís Villaça

Edição: Karina Vilela

Color: Tiago Foa

Som direto: José Melito