Infame

“O Milagre da Aceitação”: Infeliz. E Tudo Bem.

"É exatamente ali que a infelicidade começa a ir embora. É terminantemente impossível que a infelicidade fique por perto muito tempo quando você a aceita".

Por Jonas Ellison |  22 de junho de 2018

Sempre que você aceita algo, você transcende.

Esse é o milagre. É um milagre porque não faz “sentido”.

Nosso ego pensa que sempre que nós revidamos e descemos a porrada de volta, nós transcendemos. Faz sentido em termos lógicos. Mas na realidade nós nos cansamos rapidamente. E nos exaurimos. Às vezes nós perdemos. Socamos a parede muitas vezes e nossas mãos sangram. Começamos a projetar nossa raiva em tudo. Não demora para acharmos que o mundo todo está contra nós. E com isso vez ainda mais luta.

Enxugue. Leve-se. Repita.

Desnecessário.

Aqui está o problema: sempre que lutamos, nós ficamos presos. Sempre que aceitamos, nós transcendemos.

Pense na felicidade. É quando não percebemos que ela não está lá que nos sentimos mais infelizes. Somos tomados por esse sentimento. Ele aparece sobre nós e pressiona todo o seu peso morto em nosso ser, destruindo-o. Somos consumidos por ele. E apesar de estarmos descendo a porrada de volta, ainda estamos… infelizes (ele está ganhando).

Mas quando começamos a perceber isso… quando podemos olhar essa situação e aceitá-la: é aí que o sentimento vai embora. Quando damos uma rápida e sublime pausa, respiramos por um instante e pensamos: cacete, estou realmente infeliz neste momento. E tudo bem com isso.

Mesmo que ainda estejamos carregados emocionalmente, se nós conseguirmos simplesmente ter consciência suficiente para apenas dizer isso para nós mesmos, e mesmo que pareça que estejamos fingindo – logo logo o sentimento vai embora e se dissipa.

É aqui faríamos aquilo que somente a espécie humana é capaz de fazer: reconhecer a sua própria loucura.

E reconhecer nossa insanidade equivale a deixar nossa sanidade aflorar.

Como eu disse antes, isso é um milagre absoluto. Nossos egos pensariam que esse tipo de atitude nos levaria a um desastre. Como se estivéssemos nos deixando derrotar.

Isso não é verdade, porém. Pode tentar. Na próxima vez que se sentir infeliz, dê um passo para trás da loucura e sinta-se OK com o fato de estar infeliz.

É exatamente ali que a infelicidade começa a ir embora. É terminantemente impossível que a infelicidade fique por perto muito tempo quando você a aceita.

Claro, “aceitar” é bem diferente de “render-se”. Aceitar significa dar um passo para trás, refletir e abraçar a situação. Enquanto render-se à narrativa da infelicidade seria continuar lutando: isso não é aceitação.

Podemos ver isso com a maioria das pessoas que meditam ou praticam alguma forma de espiritualidade e estão tentando atingir um certo estado de êxtase e perfeição absoluta. Mas, enquanto isso, permanecem infelizes com o estado em que estão.

Assim que eles se ferram. Se aceitassem seu estado presente, aí sim eles atingiriam o estado de presença total que procuram.

É tudo uma questão de mudanças sutis de percepção. Brinque um pouco com a aceitação. Aceite as coisas que você normalmente luta contra. Observe-as ao se dissiparem. E assista ao seu ego explodir.

 

Jonas Ellison

Jonas Ellison

Jonas Ellison é escritor nos Estados Unidos. Para maiores informações a seu respeito e leitura de outros textos, acesse aqui.