No mês de maio (mês em que completamos 130 anos da abolição da escravidão), o Infame realizou mais um #InfameLab e, desta vez, o tema foi a mulher negra, suas dores, lutas e busca por representatividade. Além de exibirmos a série “Mulheres Negras”, que já publicamos aqui, o encontro contou com uma roda de conversa entre o público e 6 mulheres negras (ver abaixo*) que lideram discussões raciais e de gênero em seu cotidiano. Neste minidoc você pode conferir um pouco sobre como foi o encontro a partir da percepção e dos aprendizados dessas mulheres em relação à experiência de troca que se estabeleceu no dia.
Para quem não conhece, o #InfameLab um encontro periódico no qual conversamos sobre assuntos que geram reflexão e nos tiram da zona de conforto, sempre na companhia de convidados que têm uma provocação a fazer. O Infame acredita na importância de encontros presenciais que transcendam a frieza do universo digital, permitindo que nos olhemos nos olhos e esbarremos uns nos outros. É desse tipo de contato que nascem as melhores ideias.
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*Participantes do debate:
Roberta Estrela D’Alva – é um dos grandes nomes da cena do hip hop e do slam (poesia falada) nacional, além de pesquisadora (mestre em Comunicação e Semiótica) e fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, a primeira companhia de teatro hip hop do país. Também ajudou a fundar a Frente 3 de Fevereiro, que desenvolve ações simbólicas, produção de livros, documentários e investigações colaborativas acerca do racismo na sociedade brasileira e é apresentadora do programa Manos e Minas na TV Cultura.
Lika Souza – Publicitária pela ECA-USP, cansou de não se ver representada de forma positiva nos anúncios e, por isso, passou a estudar as representações da Geração Tombamento na publicidade e seus impactos para o empoderamento da população negra. No mercado de trabalho, liderou o estudo “Black In: como engajar as empresas com a diversidade racial” que visa conscientizar as empresas sobre a inclusão dos negros e negras.
Neomisia Silvestre – é jornalista, escritora e produtora cultural. Atua em projetos artísticos e socioculturais. É um das idealizadoras da Hot Pente, projeto independente e itinerante de festa hip hop com protagonismo feminino, e uma das responsáveis pela criação e articulação nacional do movimento Marcha do Orgulho Crespo Brasil desde 2015. Escreve para o HuffPost Brasil e integra a lista de #25WebNegras mais influentes de 2016, pelo Blogueiras Negras.
Patrícia Santos – sonhava em ser médica, mas desistiu quando a alertaram: quase não havia negros nessa profissão. Já adulta, começou a carreira no RH de uma grande emissora de TV, quando percebeu como há falta de afrodescendentes nas empresas e em cargos qualificados. Após 18 anos trabalhando nesta área e com pós-graduação em Gestão de Pessoas e MBA em Administração, hoje ela é especialista em Diversidade Étnico-Racial, está à frente do Empregueafro, consultoria que criou em 2004, focada na inclusão de negros nas empresas. Também é especialista do programa “Encontro com Fátima Bernardes” e é mãe de 4 filhos.
Thata Casciano – É bailarina e maquiadora profissional com um trabalho voltado para o resgate da auto-estima da mulher negra. Filha de mãe ativista, Thata sempre foi estimulada pelos seus familiares a entender e valorizar suas origens, ancestralidade e a cultura afro. Nesse momento, ela está em busca da real sororidade e equidade social.
Cristina Fernandes, mediadora do debate, é comunicadora formada em Comunicação pela ECA-USP com mestrado em Comunicação para o Desenvolvimento pela Malmo University (Suécia). Interessada em questões sociais: educação, raça/etnia, desigualdades, ela também e criadora e editora do podcast Ideias Negras.
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