Infame

O Mar: Distantes da Contaminação Deste Mundo

"O mar também valoriza quem caminha, e dá a oportunidade de você observar o resultado das suas atitudes, pois longe do mundo não é possível responsabilizar ninguém pelos próprios erros".

Por Beto Pandiani |  07 de setembro de 2017

O mar tem um grande sentido para mim. Significa o desconhecido, o espaço que não tem caminho, o lugar onde você escolhe o seu próprio caminho. O mar também valoriza quem caminha, e dá a oportunidade de você observar o resultado das suas atitudes, pois longe do mundo não é possível responsabilizar ninguém pelos próprios erros.

Este espaço vazio que eu encontrei pela frente foi uma inspiração e uma motivação para eu também esvaziar a minha mente. Atravessar um oceano, foi como condensar uma vida inteira em alguns meses, e colocar toda a intensidade e diversidade de vivências dentro deste período. Só me desconectando foi possível me conectar verdadeiramente.

Aonde neste mundo eu poderia me ver longe da humanidade, longe da mídia, longe da contaminação mental da sociedade? Somente no meio do oceano. Ao flutuar me isolei energeticamente de toda a negatividade do planeta para enxergar a minha própria negatividade, e saber o que era meu e o que não me pertencia.

Você já se deparou com este questionamento? O que é seu e o que é projeção?

Este momento que vivemos é muito rico e bastante propício para esta reflexão. Eu penso assim: Se nasci no Brasil, nesta época, no meio de uma cidade caótica, algo existe por trás de tudo isso. Creio em escolhas. Se escolhi estar aqui, tenho a opção de relacionar o meu mar de dentro com a tempestade que assola o país.

Assim como no mar tenho que aprender a me relacionar com esta situação, sem me envolver emocionalmente, na medida do possível, porque sei de uma coisa. Depois da tempestade vem bonança, que significa calma e paz.

Beto Pandiani

Beto Pandiani

Beto largou seu curso de Administração de Empresas no início dos anos 80 e se dedicou à carreira de barman. Em 1985 abriu o primeiro dos seus bares, enquanto ainda competia velejando. Largou tudo para começar a viajar de barco pelo mundo em 1994. Depois voltou a empreender em bares e restaurantes, mas nunca deixou de priorizar aventuras e enormes travessias no mar, de onde nasceram livros fotográficos e de histórias.