Andre Ferezini é diretor de filmes publicitários e documentarista, já tendo trabalhado em grandes produtoras do Brasil e exibido seus projetos pessoais por aqui e no exterior. Confira abaixo nossa entrevista com ele, na qual falamos sobre sua formação como diretor audiovisual, influências, linguagem estética, relações humanas, paternidade e mais um monte de coisa.
- Conte um pouco sobre a tua história antes de começar a trabalhar com audiovisual: onde nasceu, o que estudou, como era sua família, etc.
Sou nascido e criado em São Paulo. Minha mãe é de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, e meu pai de Piracicaba. Família de classe média baixa. Lembro do esforço dos meus pais para colocar meu irmão e eu em boas escolas – aquela história de gente que veio de uma vida mais simples e sofrida e que queria que os filhos crescessem na vida, passassem menos dificuldade no futuro. Essa luta financeira sempre foi um ponto chave na minha família, e isso me marcou muito. Cresci vendo meus pais – principalmente minha mãe – trabalhando até o limite da saúde. E quando você começa a entender o entorno, não tem como isso não influenciar na interpretação do funcionamento das coisas.
Meu pai tinha um interesse grande por fotografia, entrava em concursos amadores, me mostrava livros, equipamentos. Hoje percebo que minha aptidão visual começou ali.
Mas o cenário todo, a instrução da escola e a pressão financeira acabaram me levando para a Faculdade de Direito. Foi importante para minha formação humana, mas rapidamente percebi que meu caminho não estava ali. Larguei o curso no quarto ano, antes de me formar.
- Por que você largou o curso de Direito?
Eu tinha uma visão romântica do Direito. Achava que era uma classe que se mobilizava. Mas o andar da coisa me levou para escritórios sem esse perfil e, quando entrei no dia-a-dia da profissão, vi como a máquina funcionava e me desiludi completamente. Conheci o pior nessa minha incursão pelo mundo jurídico – digo em termos de valores, de senso coletivo, de ideias, de objetivos. E eu esperava que fosse exatamente o contrário.
Reconheço que isso foi um pouco culpa dos lugares onde me meti. No final, ganhar uma grana servindo uma máquina burocrática não me parecia um meio correto de vida, não resolvia minhas inquietações, o efeito era contrário. Mas foi uma experiência importante na minha edificação, muito. Talvez a mais valiosa delas.
Saí do Direito e fui cursar e trabalhar com Comunicação Social (Rádio e TV). Me formei quatro anos depois.
- Quando você começou a se interessar por arte em geral? E por cinema? Tem alguma história marcante sobre o nascimento desse seu interesse?
Os filmes para mim foram muito mais marcantes que a música, por exemplo, que é a principal influência de tanta gente com quem convivo hoje. Sempre tive uma orientação mais visual das coisas. Mas nunca achei que isso seria um meio de vida, ainda mais no Brasil.
O momento de virada foi a primeira vez que pisei num set de filme, levado por uma namorada com quem fiquei muitos anos na época e que trabalhava como produtora de elenco na O2 Filmes. Aí deu um nó, aquilo mudou tudo. Tem gente ganhando a vida com isso? Produzindo imagens? Com esse tamanho de produção? Abriu-se um horizonte novo pra mim. Persegui essa carreira com afinco, parecia algo que me daria um horizonte muito maior de vivências e expressão.
Também nessa fase me apaixonei por documentários cinematográficos. Na época, como estava começando, eles me pareciam filmes “possíveis”, que eu enxergava que podia fazer também, mesmo com poucos recursos e estrutura enxuta. E eram obras que comunicavam muito comigo, que dialogavam com minha forma de ver o mundo.
Minha formação nessa etapa passou por uma frequência assídua em eventos e festivais como o É Tudo Verdade, que exibia obras não-ficcionais de peso. Comecei no audiovisual como montador e dirigindo pequenos documentários.
- Quais são suas maiores influências no seu trabalho? Você também se inspira no trabalho de outros artistas fora do universo audiovisual?
De início, no cinema ficcional, os mais marcantes no estudo de linguagem foram nomes como Sergei Eisenstein, Orson Welles, Stanley Kubrick. No campo do documentário foram Dziga Vertov, os irmãos Maysles, Jean Rouch.
Depois vieram referências mais recentes, como os irmãos Dardanne, Gaspar Noé, Spike Jonze, Larry Clark, Romain Gavras, Guillermo del Toro. Entre os documentaristas estão Errol Morris, Erik Gandini, Win Wenders.
No Brasil, cito o José Padilha (que tem um trabalho incrível como documentarista, além da ficção), Beto Brant, João Moreira Salles (este é fundamental pra mim) e Eduardo Coutinho.
Hoje, depois de tantos anos assistindo a filmes, busco referências principalmente em outras áreas, como artistas gráficos, fotografia, música, moda. Tenho uma pesquisa grande no campo da tatuagem, que sempre me influenciou muito.
- O seu trabalho dialoga claramente com culturas periféricas, o submundo, o underground. Qual é a importância de incentivar as pessoas a estarem de olhos abertos para esse universo?
Eu tenho um histórico de completa desconexão com conteúdos da mídia tradicional e com a cultura mainstream brasileira. Não me ferve o sangue. E talvez por conta dessa relação obtusa que tenho com o dinheiro e a busca desenfreada dele, com todas as consequências que isso tem no caráter e na gênese das coisas, entendo que as melhores relações estão exatamente nesse universo que você chama de periférico. Onde o que vale no fundo é o olho-no-olho – e por isso as conexões e os movimentos que se estabelecem nesse contexto ao meu ver são muito mais sinceros e verdadeiros. É na simplicidade que a vida acontece. Eu acredito nisso. E falar isso faz parte de um processo que tive de entender quem eu sou, de onde eu vim.
Para mim, vivenciar e voltar o aparato fílmico para este universo encoberto tem muito mais a dizer sobre a nossa condição humana e sobre o estado das coisas do que sair por aí correndo atrás do que é hegemônico, do que já está nos holofotes. Para isso existe a grande mídia.
O que não quer dizer de forma alguma que gosto de obras que simplesmente exploram mazelas sociais, pobreza. Odeio esse tipo de peça, filmes que mostram uma desgraça tão grande e fazem com que você olhe sua vida e ache ela legal por comparação. Não é isso, já caí nessa cilada e hoje fujo disso. Acredito que o documentário brasileiro tem um pouco de dificuldade ao tentar subverter esse nicho do filme-desgraça. E de produzir trabalhos mais estéticos, menos panfletários. Vibro com as obras que se esquivam desses problemas.
Mesmo com isso em mente, meus filmes pessoais até aqui são todos frutos de um esforço independente meu e das equipes com quem trabalho, exatamente por terem um eixo temático que encontrei aos poucos e não se encaixarem com tanta facilidade num modelo convencional de distribuição ou num esquema de editais, com cronograma, minutagem e enredo pré-definidos. Sempre gostei de trabalhar nesses projetos com liberdade, ou não faria sentido. Agora, depois de várias produções feitas desse modo e de criar um corpo de trabalho, começo a explorar melhor com profissionais de peso o universo de captação de recursos para fazer projetos de maior envergadura, mantendo a minha identidade fílmica, que enfim tem contornos mais maduros e bem definidos.
Eu sempre me interessei pelo que é do contra, pelo improvável. Aquelas coisas que nascem e florescem mesmo com tudo puxando para o outro lado. Eu gosto do contra-golpe, do contra-fluxo, do tiro pela culatra. E acredito que há um jeito de contar essas histórias por meio de filmes de forma poderosa, sensível e humana.
- Seu trabalho pessoal tem uma linguagem documental. Você pensa em fazer ficção no futuro?
Meu interesse em lapidar minhas produções e trabalhar com equipes de ponta, filmando todo mês no dia-a-dia, me levaram, há cerca de 10 anos, a começar a trabalhar com publicidade como diretor de filmes. Nesse universo, me especializei em uma linguagem que é absolutamente oposta ao que eu fazia antes na esfera pessoal. Comecei a fazer filmes narrativos ficcionais com uso de recursos de computação gráfica integrados a cenas filmadas. Criei um conhecimento diferente do suposto purismo que exercitava no documentário, e me aperfeiçoei em planejamento, fotografia, direção de atores, decupagem e finalização. Estudei ilustração, 3D, composição, explorei tudo o que a pós-produção podia fazer pelo resultado visual, criei um olhar mais bem cuidado para a direção de arte, para a correção de cor, tive anos de experiência em concisão de construção narrativa que é algo que a publicidade pede. Eu me lapidei para conduzir projetos profissionalmente nesse universo, que exigem um esforço de pré-visualização e encaminhamento firme, tudo precisa ser muito bem amarrado. Fazer todos entenderem exatamente o que vai acontecer desde o começo até o resultado final é uma parte importante do jogo. Não tem essa janela aberta para o improvável como acontece nos projetos pessoais.
Em resumo, enquanto no trabalho pessoal eu procuro me perder para me achar depois em algo que me surpreenda, na publicidade o que acontece é o oposto, o controle absoluto é extremamente importante – por isso é tão raro ver projetos mais soltos nessa esfera.
Isso tudo me colocou na outra ponta, me capacitou para fazer outro tipo de filme, que pretendo explorar cada vez mais numa linha autoral daqui pra frente. No final o trabalho é uma mistura disso tudo – uso a estética de um no outro, gosto desse embaralhamento entre as duas esferas. Talvez o grande lance seja o entrelaçamento das duas linguagens. Eu sinto que vivo assim, com um pé dentro e outro fora, e isso me alimenta.
- E onde entra a publicidade nisso tudo? Você acredita que é possível produzir materiais que satisfaçam tanto ao artista quanto ao cliente? Como funciona o equilíbrio entre isso? Para onde você acha que esse mercado caminha?
Para mim, na publicidade não existe artista. Aliás, esse conceito de definir o que fazemos como arte me parece um pouco pretensioso demais. Nunca uso esses termos para definir meu trabalho, ARTE, ARTISTA. Trabalhos encomendados devem ser encaminhados como tal. Claro que vendemos, além do nosso tempo, a nossa capacidade de impressão de valores subjetivos nas imagens, da forma mais fantástica e cinematográfica possível, colocamos emoção e sentimento nos filmes (ou eles não ficam bons), mas chamar de arte para mim é demais. Já vi muitos diretores se frustrando, achando que o fato de um cliente ou agência contratá-lo para fazer algo significa que o filme é dele, do “artista”. No fundo, o filme é do cliente. E o papel do diretor, ao meu ver, é entregar o melhor possível dentro da estética e da capacidade de produção de imagens e narrativa que ele tem, sem extrapolar esse limite. O filme tem dono, e nesse caso ele serve ao cliente, não ao ego do diretor. Acho que o diretor deve satisfazer essa necessidade de expressão individual em outra esfera.
Assim, uma coisa funciona com a outra, trabalho pessoal e comissionado. Um alimenta o outro. E separar as coisas e pensar da forma que descrevi acima me parece o mais apropriado.
O mercado está num momento de transformação feroz, principalmente nos últimos dois anos, considerando a crise que vivemos no Brasil, o arrocho das verbas, as novas mídias e os novos formatos de produção – mas sempre achei que não falta trabalho para quem está bem posicionado e para quem tem um olhar atento para essas rápidas transformações do mercado.
Atualmente sou representado no mercado publicitário pela Academia de Filmes, uma produtora que além dessa presença forte há décadas na publicidade tem um braço bem estruturado para a produção de conteúdo, onde pretendo desenvolver meus próximos projetos pessoais.
- Você acredita que o Brasil tem potencial para tornar-se referência no cenário audiovisual mundial? Onde está o nosso maior trunfo?
A prova concreta disso, e que vi com meus próprios olhos: em 2005, estava no Camboja, Sudeste Asiático, numa feira livre de rua na periferia de Phnom Penh, a capital do país. Na ocasião, estava filmando um documentário que dirigi no início da carreira, chamado “Grassroots”. Chão de lama, porcos passando para lá e para cá, aquela zona. Nem sinal de um ocidental por ali, minha equipe e eu parecíamos extraterrestres naquele ambiente, empunhando equipamentos de som e câmera digitais. No final da feira, havia uma barraquinha com DVDs e CDs piratas. Eu me aproximei para ver que filmes estavam sendo vendidos ali, naquele espaço completamente novo e estranho para mim, sem imaginar o que iria encontrar. Para minha surpresa, o primeiro DVD, na caixa que ficava em destaque, era um encarte claramente pirateado com caracteres asiáticos por todo lado e que rapidamente identifiquei pela imagem como sendo “Cidade de Deus”. Quer prova maior que essa? Fiquei aturdido quando vi aquele filme ali. Pensei – olha só onde isso chegou! Uma empolgação quase infantil, que me deixou com a clara sensação de que é sim perfeitamente possível tirar coisas incríveis daqui.
9. Um dos seus filmes retrata o tatuador Jun Matsui. Além disso, você tem um monte de tatuagem. De onde vem essa relação? O que faz uma tatuagem algo bonito?
O filme “Jun Matsui” resultou de um processo de 5 anos de realização, do começo até a master pronta. Foram quatro anos acompanhando o Jun com filmagens, mergulhando do universo dele, e 1 ano de finalização. Tudo feito de forma independente, mas com equipes e equipamentos de ponta. Com calma, sem pé na porta, respeitando o ritmo da nossa aproximação. O resultado foi um filme de curta-metragem bastante composto e estético, com 18 minutos de duração, exibido em Londres, São Paulo, Nova York, San Francisco, Tóquio, Los Angeles e outras cidades.
Logo que conheci o Jun Matsui, num processo de uma tatuagem que ele fez no meu braço, senti que ele era uma figura que merecia ser retratada de forma adequada. Havia poucos materiais concretos a respeito dele na época, e muito interesse, pelo reconhecimento do trabalho dele em âmbito internacional. Junta-se aí uma personalidade única e um ângulo próprio de enxergar as coisas, e pronto, rapidamente eu sabia que havia um filme ali.
O universo da tatuagem sempre me interessou, mais pelas relações e trocas que existem dentro dele, do que pelo resultado visual que o processo técnico deixa na pele. Ainda assim, sempre observei pessoas tatuadas com atenção, especialmente quando percebo isso nos mais velhos. Essa imagem de um corpo vivido e usado, com as memórias e vivências impressas nele, sempre me fascinou. Tatuagem dá liga, assim como música, ou outras manifestações de comportamento. Existe uma troca muito poderosa no processo, na sessão, principalmente se ela é encaminhada do jeito certo. Obviamente que na produção e distribuição do filme tive uma imersão grande nesse campo, conheci muitos tatuadores que inclusive tatuaram os tatuadores que eu admirava. Acredito que procurei exatamente esses expoentes, os que ao meu ver mantinham uma essência da prática que hoje parece tão subvertida com a extrema popularização da tatuagem, a chegada do Instagram e o impacto disso nessa cena. Vivi esse circuito num processo intenso, principalmente de 8 anos pra cá, e me mantenho conectado a ele.
- Outro trabalho seu recente é o videoclipe para a banda de grindcore Test. Como foi esse processo?
Esse filme nasceu da minha conexão com o Renan Sickera, que me apresentou a banda e é amigo e roadie esporádico dos caras. Juntamos a ideia de fazer um registro audiovisual de um evento de sprint de bikes – que o Sickera produziu com amigos, de forma independente, e que aconteceu no Minhocão aqui em São Paulo, chamado Pedal Tortura – com uma apresentação do Test ao final da competição, e dessa combinação surgiu o videoclipe.
Além da cena que ele retrata e da estética toda, acredito que o filme fala muito sobre essa força de ações independentes como o Pedal Tortura, que vão de encontro com a falta de políticas públicas adequadas na nossa cidade. Como as autoridades não fazem, tem quem se movimenta e faz a coisa acontecer, sozinhos, de forma totalmente livre, sem grana de apoio, num esquema DIY, pelo puro prazer de movimentar a cena. Há também uma questão sobre o uso do espaço urbano, a apropriação das ruas da cidade como um ambiente que deve ser experimentado não apenas como um meio de locomoção entre um lugar e outro. O registro fílmico da banda e a combinação dele com as bikes produzem um efeito meio tribal, gutural, como uma força que sai do concreto ali no Minhocão, no coração da nossa cidade. E isso associado aos valores que o clipe traz de forma subjetiva, como comentei antes, são o grande trunfo deste projeto pra mim. É uma peça que, no final, ao meu ver, fala muito sobre a situação da nossa cidade.
- Em qual projeto você está trabalhando agora?
Lanço na quinta-feira desta semana, dia 24/08, às 19h, na Matilha Cultural, aqui em São Paulo, um novo documentário de curta-metragem: “Sosek”.
O filme é um retrato de Kadu Doy (a.k.a. Sosek a.k.a. Pifo), artista visual que possui em sua formação um convívio de mais de vinte anos com a cultura de rua, especialmente o graffiti.
Rodamos esse filme no distrito do Glicério no final do ano passado, onde fica o ateliê em que ele trabalhava na época, e nos arredores da região central da cidade. O curta aborda a história pessoal do Kadu, suas principais referências, a evolução do seu trabalho até chegar em galerias. E também a relação que ele traça entre o desenho e a busca da resolução de suas questões internas.
- Como costuma ser o seu processo criativo e de pesquisa na hora de decidir um tema/pauta para um filme?
Geralmente são elementos que me fisgam no meu processo de imersão e pesquisa, e que me geram interesse suficiente para embarcar numa produção, que no caso dos meus trabalhos geralmente leva meses ou anos. Se eu sinto esse forte interesse no assunto, uma abertura genuína do lado de lá e percebo uma forma de abordagem de maneira fílmica, eu sigo no projeto. Vale a intuição nessa hora. No âmbito dos trabalhos pessoais, eu gosto de me colocar como alguém que documenta subculturas, mas é claro que no final isso é uma utopia, um norte, e às vezes as coisas me levam para outros lados.
- Se pudesse escolher qualquer pessoa do mundo com quem tomar uma cerveja e trocar uma ideia, quem você escolheria?
Um sujeito que me intriga e me inspira muito é o fotógrafo Roger Ballen. Sempre revisito suas imagens e tento estudar mais sobre o processo dele. As fotografias que ele produz comunicam muito comigo. É uma pessoa pela qual tenho grande admiração. Ele é o cara que vem à minha cabeça.
- O que você acha que seu filho pensa quando olha para você? O que você gostaria que ele pensasse?
Eu procuro criar meu filho imerso nas referências que eu gostaria de ter tido quando pequeno. A vida dele se divide entre a casa da mãe, na Vila Romana, em São Paulo, e a minha, que fica no bairro do Glicério, na região central da cidade. O que ele vai fazer com tudo isso é um problema dele, mas gosto muito da ideia de criá-lo entre esses dois ambientes. E a mãe dele tem sido uma grande parceira nesse sentido. Como fica de ensinamento daquele documentário “O Começo da Vida”: o pai representa para a criança a ideia de que existe um mundo além da mamãe. E eu tento levar isso como uma das minhas tarefas para o nosso dia-a-dia.
- Aqui no Infame a gente gosta de dizer que estamos dando ouvidos às pessoas erradas e que nossa missão é redistribuir olhares. O que você pensa quando ouve essas frases?
Eu claramente me identifico com o manifesto e o propósito da plataforma, sinto que de alguma forma estamos caminhando na mesma direção, então faz todo o sentido para mim colaborar com vocês.
Fotos: Ignacio Aranovich e Louise Chin (Lost Art)