Beatriz Tadema mudou-se para Londres há mais de um ano e, por ser uma estrangeira morando fora de casa, passou a perceber a vida de todo dia, a rotina, como se tivesse vendo o mundo pela primeira vez. Inspira-se na diversidade, na mistura e na surpresa que o cotidiano proporciona.
“Sou apaixonada por fotografia de rua. Gosto das situações inesperadas, das pessoas interessantes do cotidiano que passam despercebidas, mas que ganham destaque através da fotografia. Pra mim, é quase um exercício de presença, de dar espaço ao comum, ao desconhecido, que passam a ser existir através da fotografia. Quase uma provocação a olhar, a perceber, a estar presente.”, comenta.
Sua relação com a fotografia começou cedo, influenciada por sua mãe. Desde então, passou a documentar sua vida, tirando fotos dos seus amigos, viagens e reuniões familiares.
“Sempre gostei muito de memórias. Lembro da primeira vez que levei uma máquina fotográfica em uma viagem da escola, acho que tinha uns 8 anos, e minha mãe tinha me dado a câmera com um filme de 36 poses pra tirar (sim, analógica!). Lembro de ter tratado aquelas 36 fotos com a maior seriedade a responsabilidade. Queria retratar da melhor forma possível a viagem, pensei meticulosamente em cada uma delas.”
Beatriz também nos contou que tem fotografado muito em preto e branco, estilo que, segundo ela, traz dramatização no exagero dos contrastes. Como se a falta de cor deixasse a emoção mais presente.
Ao ser perguntada sobre a técnica utilizada, ela afirma ser adepta da tecnologia mais atual e simples de todas para fotografar: “Sou super a favor do uso da câmera de celular e dos filtros também. Não deixa de ser o olhar do fotógrafo sobre certa situação. Não acho que a fotografia tem de ser fiel ao que os olhos veriam a olho nu. Essa é a beleza da fotografia como arte!”