Thiago diz que o seu objetivo na fotografia sempre foi eternizar momentos que mexessem com seus sentimentos. “Eu amo quando a fotografia desconstrói o ambiente. A fotografia tem que prender o expectador, sobretudo quando tem uma relação de sentimento mútuo. Minha maior inspiração como fotografo são os contrastes e o impacto que as minhas fotos podem causar nos sentimentos do expectador. Amo fotografar cotidianos urbanos. Me sinto inserido nele. Faço parte do que eu fotografo. Tento conhecer e me relacionar ao máximo com as pessoas e objetos que eu fotografo. Eu sempre busco que as imagens falem por si. Gerar uma reflexão com base na imagem é gratificante; gosto da interpretação livre”.
Questionado sobre o nascimento do Projeto “Olha pra Mim”, ele diz o seguinte: “O projeto surgiu como uma brincadeira, fotografando amigos/família e quebrando a lacuna entre o virtual e o olho no olho. Pedia que eles sempre olhassem para mim na hora do registro e percebia o quanto isso desconcertava alguns deles. Era como fotografar a energia presente ali naquela hora, sem maquiagem.
“Quero mostrar o quão impactantes são esses olhares, pondo todos eles num mesmo parâmetro de igualdade social. A estética e o formato do projeto causa isso no expectador. As fotos são feitas em preto e branco e expostas dessa mesma maneira com todos que participam. Fazendo com que o expectador crie um laço de afinidade (ou não) com os olhares expostos, sem saber credo, religião, orientação sexual, condições e classe social. O Olha Pra Mim teve sua primeira exposição no Mirante 9 de Julho, na Avenida Paulista, em São Paulo. Hoje as pessoas podem ter uma relação com o projeto pela nossa conta no Instagram (@projetoolhapramim) e também nas ruas de São Paulo quando cruzarem com alguns lambes. O projeto tem mais de 900 olhares colhidos desde 2014. E já passou por Recife (minha cidade natal), Belém, Rio de Janeiro, Santa Maria, São Paulo e Índia. A missão continua sendo espalhar esses olhares pelo mundo todo. E trazer essa relação do olho no olho por onde passar”.